Um policial militar foi baleado durante uma operação na comunidade da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, na manhã deste sábado (31). A ação tenta prender criminosos do Ceará escondidos na região e conta com a participação de agentes de segurança dos dois estados. Segundo a corporação, o militar foi ferido em um ataque de criminosos durante o desembarque na localidade da Roupa Suja. Ele participava do cerco aos acessos da comunidade com equipes do Recom (Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões). O PM, atingido no pescoço, foi encaminhado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Ele passa bem e não corre risco de morte.De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, o militar é 54º agente de segurança baleado no Grande Rio neste ano. Um levantamento recente mostrou que o número de casos aumentou 47% em comparação ao ano passado. A Polícia Militar apreendeu quatro fuzis, três pistolas, celulares e um rádio transmissor durante a operação para desarticular a organização criminosa com atuação interestadual. De acordo com as investigações, os alvos estão envolvidos com tráfico de drogas e outros crimes violentos, como execuções. Um homem que não estava entre os procurados foi preso pela polícia. O MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) também participa dos trabalhos em apoio ao MPCE (Ministério Público do Estado do Ceará), que é responsável pela investigação. Os agentes buscam cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão por ordem da Justiça do Ceará.A apuração do MPCE identificou integrantes da facção criminosa Comando Vermelho do Ceará escondidos na Rocinha e descobriu que eles comandavam à distância os crimes.Segundo o MPRJ, ao planejar a operação, setores de inteligência detectaram a presença de homens fortemente armados — com cerca de 70 fuzis — na localidade que teria sido “arrendada” pelos investigados.“A ação visa a desarticular uma aliança criminosa que, a partir do território fluminense, tem comandado a criminalidade no Ceará. Há indícios de que mais de mil homicídios tenham sido ordenados do Rio para aquele estado ao longo dos últimos dois anos. Todo o trabalho está sendo monitorado em tempo real”, ressaltou o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp